Aulas criativas e participativas estimulam aprendizado no Colégio Vitória
A escrita. A pronúncia. A aplicação do tempo correto do verbo. Afinal, por que para a grande maioria dos estudantes é tão complicado aprender inglês? E na biologia, como entender mais facilmente os modelos tridimensionais de uma célula? E as flores? Quais os motivos que as levam a mudar de cor? O que a ciência explica sobre isso? Como interpretar um texto, dar vida aos personagens e sentido à sua existência? Óbvio que as respostas para todos estes questionamentos são facilmente encontradas nos tradicionais livros didáticos. Mas para a professora Adriana Galo, do Colégio Vitória, em Ilhéus, o maior desafio da educação nos dias de hoje está em trabalhar conhecimentos fazendo o aluno se interessar pelo dia-a-dia da sala, construindo aulas mais criativas, explorando as diversas linguagens possíveis e estimulando o aluno a buscar o seu saber.
“Ao utilizar novas linguagens como propostas metodológicas, o ensino se torna mais significativo, possibilitando a ligação entre os conteúdos programáticos e a realidade cotidiana. Na essência, saímos da teoria e vamos à prática. E de forma prazerosa, aprendemos”, assegura a professora. É por isso que as aulas de inglês dos estudantes do primeiro ano do curso médio ganharam novos ingredientes nos últimos dias. Com o objetivo de reconhecer, interpretar e utilizar frases na forma imperativa dos verbos, os alunos foram estimulados pela professora Meriely Silva a produzir um pequeno vídeo, em inglês, explicando passo a passo as etapas de uma receita. “A experiência além de muito produtiva serviu para associarmos conhecimento de uma língua a uma forma divertida e prática de se aprender”, revela a aluna Beatriz Fróes.
Multidisciplinaridade - A metodologia também foi utilizada pela professora de Biologia, Therezinha Vasconcelos. Para ela, “a inventividade é um dos maiores objetivos da Educação”. Tanto que para os alunos do primeiro ano do ensino médio entenderem melhor os modelos tridimensionais da célula, ela estimulou o uso de materiais e objetos encontrados nas ruas e no cotidiano dos alunos, que produziram trabalhos criativos para um melhor entendimento do que é uma célula e suas organelas.
E sobre vida na água? Bem, essa discussão reuniu os alunos do segundo ano fundamental. Eles identificaram alguns animais, água no corpo dos seres vivos, fizeram experiências perceberam a mudança da cor de flores, plantaram feijão e, para concluir o estudo, construíram um ambiente marinho, com o objetivo de ampliar e fixar os conhecimentos sobre o tema em estudo. “Para a realização desta atividade, fizemos apresentação de slides e outras fontes, levando mais informações aos alunos sobre alguns animais marinhos”, destacam as professoras Débora Lawinscky e Mara Menezes. Os estudantes usaram sucatas, areia, conchas do mar e muita criatividade na apresentação do estudo, elogiam os professores.
Na disciplina Língua Portuguesa foi a própria Adriana quem orientou as iniciativas. Após leitura e discussão do paradidático "Detetive Siqueira em O Rapto da Primavera", os alunos da quinta série do Fundamental foram divididos em grupos. A cada grupo coube a releitura de cinco capítulos e produção de texto para compor uma apresentação dos mesmos. O resultado foi um conjunto de encenações em que se pode constatar a união de linguagens como a arte e a dramatização. “Os alunos deram vida às personagens; algumas personagens nem precisavam ser apresentadas para que se soubesse de quem se tratava de tão perfeita que ficou a caracterização”, afirma Adriana.
Desta forma, segundo a professora, o trabalho com literatura nas aulas de Português ganha um novo sentido e desenvolve no aluno o prazer pela leitura. “É importante que os nossos aprendentes tenham noção da necessidade da leitura na vida, como uma porta para viajar e conhecer novos mundos, como uma ferramenta de ampliação de vocabulário e, mais, como instrumento que permite o desenvolvimento de uma consciência crítica”, analisa.
“É como sempre disse Paulo Freire. O importante na escola não é só estudar, é conviver, é se amarrar nela”, destaca a professora Therezinha. “Numa escola assim vai ser fácil estudar, trabalhar, crescer, fazer amigos, educar-se, ser feliz. E essa é a escola que acreditamos”, completa Adriana Galo. Novas iniciativas como estas estão previstas para acontecer no decorrer do ano letivo. Metodologias de aprendizado como esta fazem do Colégio Vitória uma das mais valorizadas instituições de ensino da Bahia. De acordo com avaliação do Ministério da Educação, através do Enem, o Colégio Vitória está entre as 15 melhores instituições de ensino da Bahia.